AME A SI MESMO EM 2016
De tanto a Gisela Vallin, em seus
vídeos no youtube, falar do livro “Amor, liberdade e solitude” do Osho, acabei
comprando essa preciosidade, e já no primeiro capítulo encontrei o tema para
este post de Ano Novo.
Aproveito para dizer que este também é um
post comemorativo dos Dois Anos do Blog, tendo mais de 84 textos publicados!
Estou muito alegre e grata a vida por todo esse trabalho e por todo material
que pude produzir, usando as referências teóricas da minha profissão e outras
mais que simpatizo, meus conhecimentos da prática clínica, vivências pessoais, relacionais
e muita criatividade para amarrar isso tudo.
“Ame a si mesmo e observe, hoje, amanhã
e sempre” (p.16), segundo Osho, este é um dos ensinamentos mais profundos do
Gautama, o Buda. Devemos começar pelo “Ame
a si mesmo”, mas infelizmente, não fomos ensinados a nos amar, muito pelo
contrário, somos bombardeados com ideias anti-amor desde a nossa infância, tanto
pela nossa família quanto pela sociedade, política, religiões e cultura. Osho
argumenta que não há interesse da parte das instituições, que nos amemos, pois
isso geraria a subversão, a rebeldia, e o sistema precisa de pessoas
obedientes.
Muitos acham que se amam,
mas isso é muito raro. No geral,
tentamos a todo custo, ser amados pelos outros, e para tal, muitas vezes nos
comportamos de forma indigna e contra nossos próprios pensamentos e valores. A
grosso modo, nos “prostituímos” em busca do amor externo, na figura de nossos
pais ou de nossos parceiros amorosos, ou amigos e filhos. E se passamos por
cima de nós mesmos, como poderemos nos amar?
Vejamos alguns exemplos explícitos e
sutis onde nossa falta de amor
próprio fica evidente:
1. Quando somos exigentes demais
conosco e não nos permitimos errar;
2. Quando nos depreciamos, xingamos,
menosprezamos por nossos erros, defeitos e dificuldades;
3. Quando nos sujeitamos a fazer coisas
indignas, aos olhos dos nossos próprios padrões valorativos, para conseguir
reconhecimento, amor e poder;
4. Quando agimos diferente e até de
forma oposta ao que pensamos e sentimos;
5. Quando não nos consideramos dignos
de sermos amados, porque temos defeitos “horríveis” aos olhos dos outros, e
permitimos ser tratados com agressividade e violência;
6. Quando trabalhamos demais e não
respeitamos nossos limites, ou trabalhamos de menos ou não trabalhamos
(ressalva para quando há um acordo do casal ou da família) e somos
irresponsáveis com nossa própria vida;
7. Quando nos envolvemos e ficamos
indefinidamente em relacionamentos que não podem oferecer o que desejamos e
necessitamos;
8. Quando não cuidamos da nossa saúde,
alimentação, bem estar, e ficamos presos a qualquer forma de compulsão,
negligenciando nossa qualidade de vida;
9. Quando nos permitimos ser abusados
ou explorados nas nossas relações familiares, amorosas e profissionais;
10. Quando
ficamos presos em um conceito de amor negativo, aprendido em nossa família de
origem.
A lista pode ser interminável, mas
vamos parar por aqui. Quem não tem pelo menos um desses comportamentos na vida
atual? Repito: é muito raro a gente amar a si mesmo, e faz-se urgente
aprendermos e exercitarmos esse amor.
O Amor a Si Mesmo começa com essa consciência de que aquilo que chamamos
de amor precisa ser revisado e reavaliado, pois é muito confundido com
necessidade de autoafirmação, e com conceitos distorcidos de amor.
A busca de coerência é outro passo em direção ao amor por si. Ser
coerente, requer que nossas ações sejam equivalentes aos nossos pensamentos e
sentimentos. Por exemplo, se uma pessoa quer emagrecer, mas não move uma palha
para realizar exercícios e fazer uma alimentação melhor, ela está sendo
incoerente consigo mesma. Para ser coerente, ela precisaria agir conforme o que
pensa e sente. Ao se dedicar ao processo de emagrecer, sem radicalismos, sua
autoestima melhorará podendo também melhorar seu amor por si mesma.
Não confunda amor a si mesmo com egoísmo. Faz parte dessa educação que
prefere nos ver alienados, ensinar que devemos amar ao próximo, a Deus, mas
amar a si é um pecado. Egoísmo é quando você usa das pessoas em seu benefício
próprio. E isso acontece mais quando as pessoas não se amam, buscam o amor
externamente, e acreditam que pra serem amadas precisam ter poder sobre os outros. Quando nos
amamos, não precisamos disputar poder nem abusar dos outros, pois encontramos
dentro de nós o verdadeiro suprimento amoroso, e inclusive passamos a doá-lo de
bom grado. Mas se não nos amamos, projetamos no outro nossas necessidades e
entramos em competição e controle, e como diz o Arly Cravo, coach relacional
que tem vários vídeos publicados no youtube “se o poder entra pela porta, o
amor sai pela janela”.
Osho fala no livro acima citado, que
precisamos não nos condenar. Infelizmente somos nossos piores juízes e
carrascos. Nos julgamos, passamos a pior sentença e depois nos autoflagelamos
como punição aos nossos “erros”. Não se
condene! - Ele diz. Tenha compaixão
de si mesmo, se olhe com o olhar benevolente e complacente de uma mãe generosa
e amorosa, que ama o filho incondicionalmente. Somos seres em evolução, nossos
“eus” do passado eram mais imaturos do que somos hoje e não podemos (ou não
deveríamos) julgá-los com a nossa consciência atual, mas sim precisamos
compreender e aceitar que fizemos o nosso melhor em cada etapa da nossa
vida. Fazemos nosso melhor, nem mais nem menos. Se nossa consciência se amplia,
podemos melhorar e crescer, mas isso não desqualifica a pessoa que fomos no
passado.
Acrescento também o “não se cobre tanto”! Vivemos numa
sociedade capitalista de consumo desenfreado e somos bombardeados o tempo todo
com informações de todas as mídias para consumirmos aquilo (toda sorte de
produtos materiais e vivenciais) que nem sempre precisamos. Nesse contexto,
nossa ansiedade aumenta muito pois passamos a correr atrás de mais dinheiro
para conseguir consumir aquilo que dizem que precisamos, pois caso contrário,
ficaremos fora do padrão e obsoletos. Não há como amar a si, no meio de tanta
cobrança, tampouco é possível ter paz de espírito assim. Não se cobre tanto! Reavalie quais são suas verdadeiras necessidades e questione o marketing que te impõe necessidades falsas.
O autor também acrescenta que amar
significa aceitar como é. Aceite seu
corpo, sua mente, sua inteligência, sua capacidade de aprender, seus defeitos e
dificuldades! Muitas pessoas confundem aceitação com acomodação. Aceitar-se não
compromete o desejo de crescimento. Do contrário, não aceitar-se faz com que o
indivíduo fique negando aquele lado que não gosta, tentando eliminá-lo de sua
vida, e aí sim, não se pode fazer nada com o que não se admite como parte de si
mesmo. Precisamos integrar nosso lado sombra pra que ele não tenha mais poder
sobre nós mesmos. Aceite a si mesmo, sem condições!
Osho diz também que a pessoa que ama
a si mesma se torna tão bem aventurada que o
amor começa a transbordar, e assim precisará naturalmente compartilhar esse
amor. É uma experiência extasiante. Ou seja, se você não se ama, como poderá
dar amor ao outro? Impossível. E como esperar receber amor dos outros se você
não se amar? A falta de amor próprio nos torna pessoas no mínimo pouco
interessantes, carentes e sugadoras.
Então estimado leitor, meu convite
para você em 2016, é que você priorize o aprendizado de amar a si mesmo! Todos
os dias! Faça um cartaz, use um objeto, coloque um post it num local que veja
sempre, mas utilize um recurso que o faça lembrar todos os dias desse novo
propósito: Ame a Si Mesmo!
Deixe no espaço para comentários
abaixo, outras ideias para nos ajudar a trabalhar essa grande tarefa!
Adriana Freitas
Psicoterapeuta Sistêmica
em Belo Horizonte
Instagran: @solteirosecasais
Referência das Figuras
1 - http://artodyssey1.blogspot.pt/2014/07/jon-boe-paulsen.html
2 - retirada do google imagens e editada por mim

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